Tuesday, December 2, 2008

Nem Rivaldinho, nem Riva.

Rivaldo foi um gênio da bola.

Não virou Rei feito Pelé, nem religião tal como Maradona.

Rivaldo foi um mito no estilo de jogar.

Sem o folclore que fez de Ademir, Divino. Sem a classe de Platini ou os ternos de linho de Kaká.

Rivaldo foi craque sem apelido. Sem ser Galinho ou Mané.

Rivaldo fez gols dignos de nome de estádio.

Mas não remete a uma nação como Puskas, Eusébio ou Cruyff.

Rivaldo não será embaixador da Unicef. Porque Rivaldo não foi fenômeno.

Rivaldo não será organizador de Copa do Mundo. Não tem sobrenome famoso.

Rivaldo não jogará futebol numa jaula, nem tentará acertar a trave em chutes-comerciais.

Rivaldo não será capa de videogame. Nem peça de museu de cera.

Rivaldo é Rivaldo.

Assim.

Com sotaque pernambucano no lugar das gravatas e bermudas de pano ao invés das correntes de prata.

Desfilando com a sensibilidade de uma perna esquerda inconfundível.

E habilidade rara.

Rara feito seu nome.

Nem Rivaldinho, nem Riva.

Rivaldo.

Monday, December 1, 2008

Os pontos que correm à justiça

A maior defesa dos pontos corridos é a justiça.

Eu discordo.

Acho justo os melhores times se enfrentarem numa partida decisiva. Porque não acho justo um time com incentivos externos decidir o campeonato.

Sem essa que 'todos os jogos valem três pontos'.

Se o mundo formar uma mala branca do tamanho de Goiânia e o Goiás ganhar, será justo com o São Paulo?

Não acho justas as diferentes motivações. O Vitória comeu a bola contra o Grêmio, praticamente os tirou do título. Mas o mesmo Vitória foi morno contra o Palmeiras. O Goiás pode ter tirado o Fla da Libertadores. E pode dar o título ao Grêmio.

E sem essa que 'o título é decidido desde o primeiro jogo'.

O título de São Paulo ou Grêmio pode estar nos pé$ (ou no bolso) de Paulo Baier, de Iarley.

Eu não acho justo.

Assim como não acho justo o América-RN vencer o time C do Corinthians e escapar do rebaixamento, jogando o Marília pra Terceira Divisão.

Thursday, November 27, 2008

Melhores do Brasileirão

Minha Seleção é:

Victor; Vitor, Fábio Luciano, Miranda e Juan; Hernanes, Ramires, Rafael Carioca e Alex; Kléber e Keirrison.

Queria de algum jeito que coubesse o Pierre, o Thiago Silva e o Kléber Pereira.
Nilmar, Guinazu e D´Alessandro acabaram jogando mais a Sul-Americana.

A revelação é Keirrison, mas vale atenção para Jean.

Queria ter visto mais o Marquinhos, do Vitória, que dizem ser bom. Gosto do Jorge Wagner e do Guilherme também.

Agora, em relação à lista da CBF, parei de ler nos laterais-direitos:

Élder Granja é um dos finalistas.

Tá certo que a posição é a eterna carência, desde que Pimentel vencia Bolas de Prata, mas Granja? Que conseguiu perder a posição pro fraco Marquinhos Capixaba? NÃO, não viram o campeonato ou eu que não enxergo as laterais do Palestra. Costumo ficar atrás do gol.

Thursday, November 20, 2008

Agradecimento

Qualquer time do mundo que for para cima, fora de casa, de um time formado por

Luis Fabiano
Robinho - Kaká
Anderson - Elano
levará gols, muitos gols.
"Obrigado, obrigado pátria-irmã", disse um dos anões.

Tuesday, November 18, 2008

Tabela do Paulistão e Corinthians

A Federação manteve a fórmula do Paulistão, pela qual sou a favor, por dois motivos: primeiro porque pontos corridos com um só turno é uma tremenda falta de coerência (já que, se não há final, não tem sentido você não receber seu concorrente direto ao título na sua casa, e apenas visitá-lo); segundo porque o Estadual é o campeonato que faz valer a segunda-feira, é o campeonato que reserva os clássicos no melhor sentido da palavra, valendo a força maior do Estado, e, por isso, acho que Paulistão sem final de domingo a tarde não é Paulistão.

Agora, a tabela.

A Federação tem uma tremenda dificuldade em arrumar a tabela com a maior justiça e equilíbrio possível. O critério dos mandos nos clássicos foi pela classificação no torneio passado, então Palmeiras e São Paulo jogam dois como mandantes e saem em um (piada: Palmeiras x Corinthians não tem condições de ser no Palestra Itália, então o Palmeiras só escolhe o estádio, se não for mando da Federação).

O que me chamou a atenção para 2009 é a tabela do Corinthians:

- Nos sete primeiros jogos do Paulistão, o Corinthians joga cinco em casa (Barueri, Botafogo, Oeste, Portuguesa e Mogi Mirim) e sai em dois (Bragantino e Paulista).

- O Corinthians ficou como visitante em dois clássicos. Mas veja só, recebe o Santos. Então, o único clássico realmente como torcida visitante, que seria na Vila, não será. O certo então seria o quê? São Paulo e Palmeiras 'receberem' o Corinthians, onde for, cedendo apenas 10% da carga de ingressos para a torcida corintiana. Ou então que todos os clássicos tenham as arquibancadas dividias meio a meio.

Não tem sentido. O Palmeiras recebe o Santos com o Palestra tomado de palmeirenses e 10% de santistas. E aí quando é mandante contra o Corinthians, tem que divir meio a meio? E então quando o Corinthians recebe o Santos, dá 10% do Pacaembu?

Sou a favor de usar o mesmo critério, simples. Ou todos os clássicos envolvendo os quatro grandes são disputados em estádios com condições de se dividir a torcida ao meio, com 50% para cada clube, ou então se joga REALMENTE em casa, não com uma regra para cada estádio.

Por essas, o Corinthians, pela tabela, é o favorito pra vencer o Paulistão 2009.

E ainda: não teve stress no segundo semestre, montou uma base, não estará na Libertadores (o São Paulo estará, e, se o Palmeiras estiver, melhor para o Timão), e o Santos terá de reformar o time após um Brasileirão de médio para ruim.

É claro, sem menosprezar as forças do Interior. Que SEMPRE surgem.

Obs.: Deixando claro que não é nenhuma intenção de achar que há um beneficiado por qualquer motivo. Mas simplesmente mostrar que a organização não tem sido competente, e toda temporada acaba deixando um desequilíbrio desses na tabela.

Monday, November 17, 2008

Minha esperança não é verde

Eu não confio em Vanderlei Luxemburgo.

Eu não confio nas torcidas organizadas.

Eu não sei se Luxemburgoe pode escorregar no chão molhado da geladeira que descongela em casa e falar que foi uma voadora de um palmeirense, para criar um atrito político, social, que chegue às eleições, ao setor financeiro, à direção de futebol.

Eu não sei se a Mancha Verde pode distribuir pontapés numa área pública e falar que foi só cobrar verbalmente um profissional do time que ama (que jeito de amar, hein?), para mostrar a força e o tamanho que tem perante à entidade.

Eu não confio neles.

Por consequência, passo a não confiar no meu próprio clube de coração?

Meu amor e minha esperança que eram verdes, azedaram feito o uniforme de cor limão.

A saída?

Acabe Campeonato Brasileiro.

Que o Ipatinga não repita Copa do Brasil 2007 e nos tire da Libertadores no Palestra.
Que o Vitória não repita o Barradão-2002 e não nos rebaixe novamente.
E que o jogo contra o Botafogo seja de festa, como foi em 2003, no jogo do acesso. Mesmo que a alegria efêmera tape as mazelas que circulam no vão do Jardim Suspenso do Palestra Itália.

Thursday, November 13, 2008

Os meninos de 26 anos

Dizem que a idade em que o jogador enquanto atleta encontra seu auge físico é 26 anos:

idade que tinha Pelé na Copa da Inglaterra, em 1966, quando vinha de uma sequência incrível de títulos pelo Santos, mas acabou caçado pelo bom time português e adiou o sonho do tri; 26 anos de Paulo Rossi em 1982, quando acabou com o sonho do Brasil na Copa da Espanha, marcando três gols no Sarriá; as mesmas 26 primaveras de Diego Armando Maradona em 1986, com título Mundial na Copa do México, gol de mão, driblando meio time e tal; exatamente os tais 26 anos de Zinedine Zidane em 98, quando em casa deu o primeiro e único Campeonato Mundial aos franceses; e os 26 carnavais de Ronaldo, então Fenômeno, em 2002, recuperado de lesão para marcar oito gols em sete jogos e levar o Mundial do Japão para o Brasil.

Mas o que tem acontecido com os meninos brasileiros de 26 anos?

Ronaldo depois de 2002 entrou num gradativo abandonar de carreira. Marcou gols, muitos, pelo Real Madrid, mas foi fora do peso para o Mundial de 2006, seguiu para o Milan, mais lesões, problemas de peso. Hoje, sem clube.

Falando em 2006, Copa da Alemanha, olhos para Ronaldinho Gaúcho. Idade? 26 anos.

Ronaldinho não jogou absolutamente NADA no Mundial, saiu como vilão do Barcelona e, aos 28 anos, é tratado como um semi-ex-jogador que tenta recuperar a carreira, entre mais jogos frustrantes na Seleção e falta de condicionamento físico no Milan.

Chegamos a 2008 e lá está ele: Adriano. Anota aí, vinte e seis anos. Adriano volta ao Brasil e marca muitos gols no São Paulo, mostrando que está de volta ao cenário internacional. Volta à Seleção, gols. E aí se atrasa, discute com Mourinho e não é relacionado aos jogos da Inter de Milão nas últimas quatro rodadas. Pode estar numa lista de dispensas para janeiro.

Kaká foi melhor do mundo em 2007, e, em 2008, aos 26, uma temporada discreta. Lesão, participação nula na Seleção Brasileira e menos arrancadas em Milão.

Resta saber se a idade do auge tem se tornado complicação para os tão jovens quanto talentosos brasileiros. Robinho, o próximo da lista, completa 26 em 2010, quando pode ser um dos líderes do time na Copa da África do Sul. Não foi unanimidade no Real Madrid e busca espaço no futebol inglês, no ainda discreto Manchester City. Onde estará daqui duas temporadas?

Nota: começo a planejar meu futuro. Com vinte anos, completo os tais vinte seis em 2014. Centenário do Palmeiras, Copa do Mundo no Brasil. Ah, que tenha no mínimo sorte...

Monday, November 10, 2008

Outra sobre (outra) derrota no Palestra

Desci as arquibancas, andei naquele apanhando de gente vestida de verde e calada, tomei a Turiassu, em silêncio. Se tratando do time para qual torço nunca fui dos mais otimistas. Não para bancar o realista ou o racional, mas por colocar os problemas do jogo (técnicos, físicos, táticos) muito acima de qualquer emoção que sinto a cada quarta, a cada domingo.

Assim me previno das frustrações. Um passivo Leandro ganharia o duelo com Souza? Difícil. Então o Leandro marca, mas o Granja sobe, certo? Duvidoso. Um meio com três volantes e Evandro, mais um quarto volante que um meia-atacante, armariam diante de uma das melhores duplas de volantes do campeonato, formada por Rafael Carioca e William Magrão? Provavelmente não. Denilson seria criativo e eficiente contra o time com maior proposta defensiva da Liga, jogando fora de casa, e satisfeito com um empate? Nunca. O isolado Alex Mineiro criaria chances de gol sem Kléber, e, portanto, marcado por dois beques? Muito complicado. Maicossuel, Lenny e Jorge Preá mudariam algum cenário de jogo em que o time mandante está perdendo, pressionado, e sem padrão tático? Impossível. Então, num jogo truncado, pegado, de um time gaúcho se defendendo e um time quadrado atacando, muitas faltas tendem a surgir. Certo. O Palmeiras teria um batedor competente para um cruzamento, no mínimo, perigoso? Não.

Visto isso, pra não dizer que subi o Jardim Suspenso pouco confiante, acreditava numa vitória magra. Uma roubada de bola, um único bom cruzamento, um gol, assim, aleatório, não num momento que o Palmeiras tivesse efetivamente a posse de bola. Porque a posse de bola teve, mas, visto o campo descrito acima, não teria ferramentas nem espaço para alcançar a meta gremista.

Mas volto ao ponto da emoção, afinal era domingo. Almocei com meus pais assistindo futebol, religiosamente. O sol na janela do carro, a rádio Bandeirantes transmitindo um delicioso Palmeiras x Grêmio do fim da década de 60, narrado por Fiori Giglioti. Sob o Elevado Costa e Silva, as camisas pra fora dos ônibus, as lotações tomando a Barra Funda. Um clima de confiança indescritível. Diria que impossível não imaginar que 'vai ser lindo tirar o título dos bambi (sic) esse ano' (mesmo acreditando que o São Paulo seria o campeão desde o momento que empatou com o Palmeiras), como gritava um senhor com a camisa 10. Vaga camisa 10.

Aí vale lembrar o golaço que Alex marcou no mesmo Grêmio, no mesmo Palestra, no mesmo gol das piscinas, no distante 1997. Vale imaginar que em casa somos fortes, que o retrospecto do técnico-comentarista nas próximidades das torres dos Matarazzo é ótima. Vale ser o maior palmeirense do mundo, aquele que acredita ainda que, há quatro rodadas do fim, seremos campeões, e com uma rodada de antecipação.

Mas não consigo.

Realmente o time que entrou em campo ontem não merece ser campeão. Jogadores que, juntos, não formaram um grande time, e, por isso, não me frustraram nem os condeno, muito menos considero que sejam pipoqueiros ou algo do tipo.

Os times de Leão, Estevem Soares ou Caio Junior ficaram em quarto, quinto lugar. No bolo, mas sem o C do campeão. Sem prometer festas, comprar a cerveja ou encomendar os rojões.

O do 'melhor técnico do mundo', também.
Só que mais caro, mais visível e mais estrelado, por uma série de fatores.

Mais frustrante? Não.
Diria mais silencioso. Mais dolorido. Mais marcante.
O Palmeiras muitas vezes perdeu.
Esse, não ganhou.

Marcos

Marcos pode ir pro ataque quando quiser, do primeiro ao último minuto.

No CT da Barra Funda ou em Wembley.

Marcos pode fazer o que fez. Não por ser Marcos, mas por ser palmeirense.

Poderia ser o Bruno, o Deola, o Diego Cavalieri.

Marcos foi mais de 26 mil cabeças na área.

26 mil cabeças palmeirenses.

E dane-se a tática que veste terno importado.

Porque com a camisa que ama feito pele.

Marcos quer ganhar.

Sempre.

E daria a vida por uma bola que passasse a linha gremista.

Aos deuses da racionalidade:

as gravatas.

Friday, November 7, 2008

Papo com Iamin #3

Sexta-feira é dia de conversa de boteco via telefone com meu caro Leandro Iamin. O tema de hoje, o programa de número 3, número 1 para este blog, é Clubes Centenários.

Inter, Vitória, Coritiba, Fla, Flu, Vasco, San Lorenzo, Corinthians, Palmeiras, e, claro, o Resende-RJ, são lembrados nesses nove minutos de uma questão palpitante, inquietante: o que o centenário tem que o nonagésimo terceiro aniversário não tem?, copio do blog dele, que está aí nos favoritos ao lado.

A partir do próximo, pensaremos num nome híbrido, que fique para os dois sítios.
Mas, pensando bem, o papo não é com o Iamin?

Wednesday, November 5, 2008

A arte de secar

Não tenho paciência para torcer contra outros times.
O que por consequência quer dizer que você tem de torcer a favor de alguém.

Diz matéria da UOL que torcedores do Palmeiras podem estar comprando ingressos para a arquibancada da Portuguesa no duelo contra o São Paulo.

Deixem pra lá. Torçam para o palmeiras, no dia seguinte, contra o Grêmio. É claro que, mais como apaixonado por futebol que como palmeirense vou assistir Portuguesa x São Paulo. Se tiver a oportunidade, vou ao Canindé, óbvio. Mas não para torcer.

Nunca fui de secar, sinceramente. Mas na rodada de número 31, semanas atrás, me peguei em casa numa quinta-feira, dia 23/10, e decidi tentar mudar esse costume: iria acompanhar os três jogos dos rivais do Palmeiras pelo título, realmente, torcendo.

Fiquei zapeando nos canais feito um maluco, como se três Palmeiras jogassem ao mesmo tempo. No Marcanã, fiz de Keirrison o novo Evair e nada feito, Flamengo 5, Coritiba 0. Ao mesmo tempo, no Morumbi, fui Vitória, aquele de Dida, Vampeta..., derrotado, no melhor estilo São Paulo, 2 a 1. No Olimpíco boas chances, encarnei um nordestino de Ilha do Retiro, mas o Grêmio estava num dia de Grêmio, 1 a 0 no Sport.

Parei.

E lembrei que uma das vezes que mais sai chateado de um estádio foi em dezembro passado. O Palmeiras perdeu a vaga para a Libertadores diante do Atlético-MG, em casa, ao mesmo tempo que o Corinthians era rebaixado no Olímpico, para o Grêmio. Sai arrasado, revés no Palestra, perda do objetivo e fim da Era Edmundo. Mas a torcida estava em festa. Torciam para o Grêmio.

"Pô, toma três desse time ridículo do Atlético, desse f.d.p. do Leão que falou que viria para vencer o Palmeiras e vocês comemorando rebaixamento alheio?", gritei em frente a um televisor em que os palmeirenses viam a derrota corintiana, nos úiltimos minutos, torcendo para um gol gremista.

Silêncio.

Meu pai me puxa pelo braço e vamos embora, quietos, pouco se lixando para qualquer outro jogo. E com uma certeza.

Não tenho talento para a arte de secar.

Monday, November 3, 2008

Os tira-pontos

A Portuguesa visitou o Flamengo no Maracanã e mereceu vencer. Marcava 2 a 1 no placar e sofreu o empate nos minutos finais, sem falar de falta não assinalada de Toró em Edno, em bom contra-ataque da Lusa;

o Goiás recebeu o Cruzeiro e sapecou 3 a 0 no primeiro tempo, dois deles já em menos de dez minutos, se mantendo como grande complicador de grandes. O Goiás veio ao Palestra e enroscou para o Palmeiras, mas perdeu. Em casa, goleou outro favorito;

o Figueirense visitou o pragmático Grêmio no Olímpico e empatou por 1 a 1, após estar na frente. O Figueira segurou um empate contra o Palmeiras há algumas rodadas também.

O São Paulo enfrentará os três: Portuguesa no Canindé, Figueirense no Morumbi e Goiás no Serra Dourada. Times que dificilmente disputam o título, mas que nunca foram também o saco de pancadas contra os grandes.

O que mostra que não há nada que garanta que ter uma tabela sem confrontos diretos pode ser um benefício.

Hoje, os dois primeiros da classificação tem rotinas muito diferentes para as próximas rodadas.

O Sâo Paulo pega os franco-atiradores; o Palmeiras, Grêmio e Flamengo.

Mas ambos devem dedicar exatamente a mesma atenção aos seus jogos.

Se um pode perder o título em verdadeiras finais, o outro também pode para Portuguesa, Figueirense e Goiás, ou qualquer outra tira-pontos no caminho.

Thursday, October 30, 2008

Dezoito pontos

Há dezoito pontos em disputa.

São Paulo e Cruzeiro são, teoricamente, os times que têm mais condição de conquistá-los.

Primeiro o São Paulo, que não pega concorrentes diretos e fora de casa visita a Portuguesa, o Vasco e o Goiás, na última rodada.

Segundo o Cruzeiro, que tem tabela um pouco mais complicada, mas pode vencer o Flamengo no Mineirão e o Inter, sem grandes perspectivas e talvez disputanodo a Copa Sul-Americana, no Beira-Rio.

Agora, ainda, teoricamente, o Palmeiras não demonstra força para vencer o Flamengo no Maior do Mundo, o Grêmio não parece ter força para vencer o Palmeiras no Jardim Suspenso e o Flamengo não parece ter força para vencer o Cruzeiro no Mineirão.

Isso porque Palmeiras e Grêmio fizeram, nas últimas rodadas, jogos pífios fora de casa. E o Cruzeiro, no Mineirão, vem sim jogando bem a ponto de ser favorito diante do Fla.

Assim, São Paulo estaria um passo a frente, Cruzeiro na cola, e Palmeiras, Grêmio e Fla atrás.

Vírgula.

Teoricamente.

Wednesday, October 29, 2008

Cruzeiro e Grêmio: mais que três pontos

Nenhum dos cinco times que disputa o título conseguiu ser convincente a ponto de se tornar um verdadeiro favorito ao título Brasileiro. Todos mostraram durante toda a campanha certas fraquezas que estão sendo colocadas à prova nas últimas rodadas. Cruzeiro e Grêmio, hoje, no Mineirão, põem suas fragilidades em campo restando sete rodadas para o fim da liga.

O Cruzeiro não tem ido bem nos confrontos diretos. Nas três visitas até aqui, perdeu para Palmeiras no Palestra, Grêmio no Olímpico e São Paulo no Morumbi. Em casa, perdeu para o Palmeiras, empatou com o São Paulo e venceu apenas o Flamengo. Ou seja, em seis jogos contra os concorrentes, quatro derrotas, um empate e uma vitória. Assim, os jogos contra Grêmio e Fla são as provas da força que o time celeste pode, ou não, mostrar.

O Grêmio vem jogando muito mal fora de casa. Nas últimas seis partidas longe do Olímpico, três empates e três derrotas, as duas mais recentes para o Internacional, no clássico que terminou 4 a 1 para o Colorado, e para a Portuguesa, 2 a 0 passivo no Canindé. O Grêmio que visita o Cruzeiro visita também o Palmeiras e aposta em uma recuperação longe da torcida que, no mínimo, não deixe os rivais somarem três pontos.

A partida do Mineirão é a mais emblemática da rodada.

Não define título nem classificados para a Libertadores, mas aponta, para Celso Roth e/ou Adilson Batista, o que gremistas e cruzeirenses podem fazer em situação de pressão. E no mais importante momento de confirmação de suas campanhas no Brasileirão.

Tuesday, October 28, 2008

Professor Maradona

Certa vez Zico afirmou que não comandaria o Flamengo porque não gostaria de enfrentar tal situação com a torcida, que vira e mexe pede o boné de técnicos e cartolas, quando a crítica não se torna uma ofensa que toma ares de agressão moral ao profissional. Roberto Dinamite vive isso hoje, ouvindo alguns dos vascaínos que tanto comemoram seus gols clamarem pela volta de Eurico Miranda e a saída do ex-centroavante da presidência.

Maradona assume a Argentina. Ponto.

Maradona não é o único dos gênios do futebol, mas sem dúvida é o futebolista mais aclamado por uma torcida em todo o planeta. Os argentinos criaram até uma Igreja Maradona, e a representatividade do ídolo é algo incrível, que não serve nem de parâmetro para a relação Pelé-Brasil, por exemplo.

Agora, Maradona corre riscos? Assumi uma seleção em momento delicado, de resultados apenas regulares nas eliminatórias. A Argentina não chega a uma semifinal de Copa do Mundo desde 1990, e não vence uma Copa América desde 1993, perdendo inclusive as duas últimas para o Brasil.

Sergio Batista e José Luis Brown integrarão a comissão com Dieguito. A missão é complicadíssima, e resta aguardar o quão paciente será a torcida, formada na totalidade por fãs de Maradona, em relação ao trabalho do craque enquanto técnico.

Diria que pode ser melhor que Dunga. Mas, se não, o fim pode ser muito mais trágico.

Se seguir este aquecimento, quem sabe os hermanos não dão samba na África-2010:

Tantas finais quanto precipitações

No Campeonato Brasileiro de pontos corridos, o chavão 'todo jogo é uma decisão' é colocado em prática. Realmente, torcida, jogadores, comissões técnicas e imprensa passaram a tratar, a partir de 2003, cada singela partida com a importância que tem direito no contexto da tabela.

A partir daí, cada rodada 'decisão' cria eliminados e favoritos tais como um torneio mata-mata.

Dez rodadas para o fim - Torcida do Flamengo lota o Maracanã com 80 mil pessoas diante do Atlético-MG, e o placar final é 3 a 0 para o Galo. "Fla dá adeus ao título", disseram. Aí o Rubro-Negro vence o Vasco por 1 a 0 e arrebenta o Coritiba num 5 a 0 empolgante. Está quatro pontos atrás do Grêmio.

Nove rodadas para o fim, 17h - Intervalo no Palestra, Palmeiras 0 x 2 São Paulo. "São Paulo sempre cresce, ganha e é campeão". Palmeiras empata, se mantém na frente do rival e o Tricolor segue no bolo do G4.

Nove rodadas para o fim, 20h - Canindé, Portuguesa 2 x 0 Grêmio. "Ah, o Grêmio tá fora. Depois do clássico no Parque Antártica e essa partida desastrosa do Grêmio, já era, Palmeiras e São Paulo atropelam". Grêmio vence Sport, Palmeiras e Cruzeiro perdem, e o Tricolor gaúcho abre três pontos na liderança.

Oito rodadas para o fim, sexta-feira - Grêmio, São Paulo e Flamengo vencem em casa. "Resta Palmeiras e Cruzeiro ganharam no sábado para mostrar que estão firmes na briga".

Oito rodadas para o fim, sábado, 17h - Intervalo no Maracanã, Fluminense 3 x 0 Palmeiras. "Verdão fora do G4. Da disputa do título pode ficar fora da Libertadores".

Oito rodadas para o fim, sábado, 20h - Atlético-PR 1 x 0 Cruzeiro. "Celeste mostra que, na hora da decisão, não vence".


Restam sete rodadas. Se o Palmeiras vencer o Goiás, vai com moral pra cima do Santos, na Vila, e segue na briga. Se perder, adeus. Se o São Paulo vencer o Botafogo fora, mostra-se imbatível na reta final, se não, demonstra que pode ser superado por qualquer um. Cruzeiro e Grêmio no Mineirão: se der Cruzeiro, 'o Grêmio não é tudo isso e os mineiros provam que jogando pra cima, ofensivo, em casa, dá pra ser campeão'; se der Grêmio, a raça gaúcha imortal copeira e a camisa levarão o caneco para o Olímpico. Flamengo visita o Vitória. Ganha, embala, e ninguém segura. Tropeça, é irregular, e deve ficar mesmo lutando pela Libertadores.

A repercussão e as manchetes estão prontas, basta arriscar. Ou não. Prefiro acreditar que, com ainda 21 pontos pela frente, muita coisa pode acontecer. Até lá, finais e precipitações.

Friday, October 24, 2008

O segundo cinco a zero

Na quarta rodada do Brasileirão 2008, o Flamengo venceu o Fluminense no clássico do Maracanã por 1 a 0. Eficiente, mas sem muito convencer, o gol saiu no final. Como o clássico fora como visitante, a partida seguinte reservou novo jogo no Maior do Mundo: 5 a 0 no Figueirense, desta vez sim, convincente.

Na trigésima rodada do Brasileirão 2008, o Flamengo venceu o Vasco no clássico dos Milhões por 1 a 0. Eficiente, mas sem convencer, o gol foi contra. Como o clássico fora como visitante, a partida seguinte reservou novo jogo no Maior do Mundo: 5 a 0 no Coritiba, desta vez sim, convincente.

O time que venceu pela primeira vez por 5 a 0 tinha Bruno; Léo Moura, Fábio Luciano, Ronaldo Angelin e Juan; Jônatas, Ibson e Toró; Marcinho, Maxi e Souza. Jônatas, Marcinho e Souza não fazem mais parte do elenco, que capengou após aquele ótimo começo e agora mostra que pode sim ter forças para disputar o título.

Naquele jogo, foram três de Marcinho e dois de Souza. Neste, participação efetiva de todo o ataque, gol de Léo Moura, Obina, Ibson, Maxi e até do goleiro Bruno, de pênalti.

Nos confrontos diretos que tem pela frente, o Fla recebe o Palmeiras e visita o Cruzeiro. Jogos da rodada 35 e 36, que podem definir o que o time pode alcançar nas duas rodadas finais.

Time para brigar o Flamengo tem. Torcida e camisa também.
Falta a regularidade:
nem o marasmo do Clássico dos Milhões, nem a blitz do jogo diante do Coxa.
No caminho, vencer os dois Palestras e levar o hexa para a Gávea.

Thursday, October 23, 2008

Cento e uma vitórias de Luxa

Luxemburgo nunca havia perdido mais de um jogo por ano em casa como técnico do Palmeiras. Os números do treinador no Palestra Itália são impressionantes: 119 jogos, 97 vitórias, 16 empates e apenas seis derrotas.

A primeira delas foi em 1993, para o Santos. O time que viria a ser campeão brasileiro estava com cinco vitórias em cinco jogos na segunda fase daquele Brasileirão, e perdeu por 1 a 0, na noite de 11/11, com quase 32 mil pessoas assistindo ao gol de Guga no segundo tempo.

Depois, em 1994, campeonato do bi. O ótimo time do Guarani chegou ao Parque Antártica e venceu, também pela segunda fase, com gol de Amoroso, já aos 37 minutos do segundo tempo, em 03/11.

Em 1995, último jogo de um Brasileirão (03/12) que o Palmeiras teve campanha ruim. Já eliminado, apenas mil e oitocentos pagantes foram ver a Portuguesa vencer na Barra Funda, 2 a 1, gols de Flávio. Nilson descontou para o Palmeiras.

Em 1996, a quarta e mais sentida das derrotas de Luxa no Jardim Suspenso. Após o título paulista do ataque dos 100 gols, a final da Copa do Brasil, diante do Cruzeiro. Na ida, 1 a 1 no Mineirão, com Cláudio para o Palestra verde e Marcelo Ramos para o azul. Na volta, e, 19/12, vitória dos mineiros por 2 a 1, de virada, com Roberto Gaúcho e Marcelo Ramos. Luizão marcou a solitária comemoração dos palmeirenses.



As duas recentes, neste segundo semestre. 3 a 0 para o descompromissado Sport no returno do Brasileirão e, na última quarta-feira, 1 a 0 para o Argentinos Jrs. pela Sul-Americana. Para o fim do Brasileirão que o Palmeiras luta pelo penta, Goiás, Grêmio, Ipatinga e Botafogo desembarcarão em Congonhas e atravessarão o lance de arquibancadas do Palestra rumo ao vestiário.

Vale o Palmeiras fazer valer o retrospecto. O cem por cento em casa é o mínimo para o time se sagrar campeão do Brasil, com Luxemburgo chegando as 101 vitórias.

Wednesday, October 22, 2008

O craque não pode ser triste

Quando a memória real se confunde com as viagens e miragens da imaginação os fatos começam a se embaralhar, mas a primeira revista que me lembro, com detalhes, de ter lido foi uma Placar de 1995.

Meus pais assinaram a revista mensal e a primeira edição como assinante chegou num 19 de abril, exatamente meu aniversário de sete anos. A capa trazia a famosa foto de Edmundo com um urso de pelúcia. Edmundo era meu maior ídolo naqueles poucos anos de palmeirense, junto de Evair.

A partir de então, passei ainda mais a acompanhar a carreira de Edmundo. Lembro da Fiorentina e o patrocínio da Nintendo, depois a volta pro Carnaval carioca em meio à temporada, o ano incrível no Vasco 1997, o banco na Copa 1998, o golaço sobre o Manchester (que drible no Silvestre), a passagem conturbada no Fluminense, o Japão, o belíssimo campeonato no Figueirense após um quase fim de carreira no Nova Iguaçu, a volta ao Palmeiras e agora o novo Vasco. Edmundo é pra mim dos últimos que valem o ingresso. Craque, na melhor definição da palavra (aquele que brilha e decide uma partida com frequência).

Nesta semana, assisti uma matéria sobre o embarque do Vasco para Goiânia, onde enfrentaria o Goiás pelo Campeonato Brasileiro. O repórter entrevisou Madson, considerado por alguns o melhor jogador do Clássico dos Milhões vencido pelo Flamengo no domingo último, sem Edmundo entre os cruzmaltinos.

Edmundo estava triste.

E temi por um fim de carreira triste. O Vasco está mal das pernas com um ambiente político interno conturbado. O novo presidente Roberto Dinamite (craque) convive com o fantasma de Eurico Miranda e jogadores jovens têm toda a responsabilidade nas costas.

Edmundo viajou quieto, liderou o time no Serra Dourada, fez dois gols, deu uma assistência e foi o típico "Dez e a faixa" de um time sem identidade. Edmundo prova que o craque, de verdade, na melhor definição, é mesmo aquele que decide uma partida com frequência. E quantas já decidiu.

"A volta de Edmundo dá um sopro de inteligência e técnica para o Vasco", disse o narrador após o Animal sofrer o pênalti que resultou o quarto gol na vitória por 4 a 2.

Dá um sopro de craque.